domingo, 6 de abril de 2014

MANHÃ DE MOBILIZAÇÃO NAS IMEDIAÇÕES DO EDIFÍCIO PREMIUM


Edificio Premium visto do Ver-o-Rio, um monstrengo no meio da orla da Baía do Guajará.

A manhã de domingo foi de muita conversa com os moradores das imediações do Edifício Premium e da Vila da Barca, quando os ativistas do Movimento Orla Livre estiveram mobilizando a população para a Audiência Pública na Câmara Municipal na próxima terça-feira (08.04). Moradores que lá vivem há mais de 50 anos, relataram que onde hoje estão construindo o condomínio de luxo e onde se localizam um hotel e um motel,  ficavam uma feira e dois portos, o Jenipapo e o Palhão.

Além da  maioria demonstrar muita indignação com a obra, que chegou a causar rachaduras nas casa próximas, há a preocupação com a segurança das casas vizinhas, pois acreditam que o prédio apresenta uma inclinação para frente e já chegaram a ouvir estalos vindo da obra.

No entanto, a maior preocupação é com o futuro, o medo do que pode tornar-se essa área, já que com a permissão de novas construções para os afortunados, começam a haver melhorias na infraestrutura urbana e a tendência é a expulsão da população pobre.

Na Vila da Barca, o clima também é de muita indignação, há 10 anos as obras das habitações de interesse social estão paradas, mesmo havendo recursos na ordem de mais 68 milhões do PAC, apenas 147 unidades foram entregues até agora das 634 previstas.

Muitas famílias foram desalojadas e nesses anos vivem de aluguel social, além de a população sofrer com a falta de segurança e com a precária infraestrutura urbana. A conclusão a que muitos chegam é a de quando é pra "rico" tudo pode e tudo é facilitado, o mesmo já não ocorre quando é para o benefício da população carente, são mil e umas proibições e dificuldades que levam a dez anos sem que se conclua o projeto.


Área improvisada como espaço de lazer pela comunidade.
 É justificado o temor da comunidade com o precedente aberto a partir da construção dessa obra irregular, com a permissão dos órgãos municipais e da Superintendência do Patrimônio da União do Pará e contando com a conivência dos Ministérios Públicos e da Justiça; pois alguns terrenos até então desvalorizados passam a ser alvo da cobiça da especulação imobiliária em Belém. A exemplo, o terreno pertencente à empresa Arapari, que hoje serve de área de lazer para a comunidade, mas que moradores denunciam que a alguns meses percebem uma movimentação de engenheiros e topógrafos na área.
Terreno hoje é usado como campo de futebol pela comunidade, mas que futuramente
pode tornar-se mais um prédio.
O Movimento Orla Livre deixou a área com a certeza do apoio da comunidade à luta contra a ocupação irregular da orla por grandes empreendimentos imobiliários e à necessidade urgente de que os poderes públicos municipal, estadual e federal se unam para proporem um Plano de Gestão da Orla de Belém, que promova a requalificação urbana da área, a integração do rio ao convívio dos munícipes, através de espaços de lazer, cultura e esporte, da valorização do patrimônio ambiental e cultural, do desenvolvimento do turismo e habitação de interesse social.
Vila da Barca, homem e o rio 





2 comentários:

  1. QUEM AUTORIZOU A CONSTRUÇÃO DESSE EDIFÍCIO? É ESSA PESSOA OU GRUPO QUE É RESPONSÁVEL E DEVERÁ SER PUNIDO NO RIGOR DA LEI. E O EDIFÍCIO, CONSTATADA A IRREGULARIDADE, DEVERÁ SER DEMOLIDO PELA CONSTRUTORA. NADA DE DINHEIRO PÚBLICO. SIMPLES ASSIM.

    ResponderExcluir
  2. Saúde_Bel, o Movimento Orla Livre compartilha da mesma opinião que você, queremos a punição dos agentes públicos que deram causa ao fato e o licenciamento da obra afronta toda a legislação ambiental e urbanistica federal, estadual e municipal. Quando os empresários, que têm entre seus "padrinhos" um senador da República, sabiam dos riscos que estavam correndo ao insistir em construir dentro da orla, numa área de preservação e de uso público, não esquecendo que a obra prossegue sustentada por uma liminar, já que até hoje não julgado o mérito da ACP movida pelo MPF/MPE.

    ResponderExcluir