Também participaram entidades como o Fórum Metropolitano de Reforma Urbana, o Fórum Estadual de Meio Ambiente, Centro Comunitário da Vila da Barca, o Fórum de Regularização Fundiária e o Fórum de Desenvolvimento Sustentável, além da representante da Delegacia de Meio Ambiente (DEMA), da SEMOB e outros dirigentes da SEMMA e SEURB, Museu Goeldi, IFPA.
Durante quatro horas de discussão a Secretaria Municipal de Urbanismo
(Seurb), Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Superintendência
de Patrimônio da União (SPU) e Ministério Público do Estado do Pará
(MPE) foram questionados, pelo Movimento Orla Livre, composto por
entidades que cobram a demolição do prédio e elaboração de um projeto
para orla de Belém, associações comunitárias de moradores e vereadores,
por terem permitido que as obras do Premium avançassem. Eles
questionaram a liberação das licenças dos órgãos públicos e a falta de
ações para impedir que o empreendimento seja concluído. 'A nosso ver não
tem como mitigar, já que o dano ambiental é continuado. O dano do
prédio é ele está quase dentro da baía do Guajará', que é área de preservação e uma Zona Especial de Interesse Ambiental, não sendo permitido empreendimentos de alto impacto ambiental, destacou Nádia
Brasil. O movimento informou que recebeu ontem a documentação que foi
requerida para a Semma e Seurb e que deverá receber a parte do SPU e ingressará com Ação Civil Pública pedindo a demolição do prédio e a responsabilização dos agentes públicos que deram causa ao fato.
O titular da SEMMA, garantiu a todos os presentes que não existe nenhuma brecha legal que permita construção de prédios dentro da orla de Belém, portanto a atual gestão não liberou nenhum dos três pedidos de licença ambiental para empreendimentos similares na área. Contudo, confirmou que a licença ambiental do Edifício Premium está vencida como denunciou o representante da OAB, mas que aguarda decisão da justiça. Foi informado também que foi feito um "Termo de Ajuste de Conduta" com a empresa, para que esta realizasse uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) para o prédio e uma praça pública como medida compensatória e a empresa não cumpriu esta ultima medida, portanto foi multada.
Por sua vez o promotor Domingos Sávio,
reconheceu que o Ministério Público foi omisso durante a construção do
empreendimento e que os cidadãos devem cobrar de todos os órgãos
públicos ações eficazes. Sávio disse ainda que a sua promotoria está
investigando o processo de concessão de licenças e caso seja comprovado o envolvimento de servidores públicos em irregularidades, serão denunciados por improbidade administrativa. Diante da unanimidade acerca da irregularidade no licenciamento da obra e da mesma confrontar toda a legislação vigente, uma das decisões da Audiência Pública foi recomendar ao Prefeito Zenaldo Coutinho que determine o imediato embargo da obra do Edifício Premium.
Os vereadores Sandra Batista e Raul Batista, propuseram que a Câmara Municipal instale um Grupo Técnico de Trabalho, formado por órgãos municipais, universidades e entidades do movimento social, visando propor regulamentação de instrumentos de planejamento urbanístico do Plano Diretor e a revisão dos modelos urbanísticos da Zau-5, setor A2, que estão em confronto com todas as diretrizes e objetivos do Plano Diretor, ao permitir gabarito de até 30 andares, sem garantir a preservação da orla na referida ZAU (Zona de Ambiente Urbano). O grupo já deverá ser instalado no próximo dia 22 de abril.
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