A poluição visual das placas, painéis, cartazes, faixas, banners, totens e pichações, que além de causar agressões visuais e físicas aos "espectadores", retiram a possibilidade dos referenciais arquitetônicos da paisagem urbana, deixam a população sem referencial de espaço, estética, paisagem e harmonia e descaracterizam nosso patrimônio arquitetônico. Belém sofre todas essas agressões, sem que o poder público consiga atenuar a ação do agente poluidor, mas para piorar toda essa degradação da nossa paisagem urbana, a CELPA resolveu dá sua colaboração, trocando os "olhões" por medidores de energia em cada unidade consumidora, como era antes dos tais "olhões", só que numa versão bem piorada, pois são caixas externas e com tubulação externa, sem qualquer preocupação estética. Um verdadeiro abuso, pois a concessionária não tem autorização dos órgãos municipais responsáveis pelo ordenamento urbano e nem dos órgãos de defesa do patrimônio, por isso a Associação de Amigos do Patrimônio de Belém, a Associação Cidade Velha-Cidade Viva ingressaram com Representação junto ao Ministério Público Estadual para que acione a empresa distribuidora de energia. Abaixo a íntegra da Representação e o link para assinar o Abaixo-assinado virtual: www.change.org/pt-BR/petições/celpa-centrais-elétricas-do-pará-s-a-suspendam-a-troca-dos-medidores-de-energia-que-poluem-a-paisagem-urbana-e-histórica-de-belém
À PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO MEIO AMBIENTE, PATRIMÔNIO
CULTURAL, HABITAÇÃO E URBANISMO
Rua João Diogo, 100 – Bairro da Campina
A Associação Cidade Velha, Cidade Viva (CivViva),
a Associação de Amigos do Patrimônio de Belém (AAPBEL) e o Fórum Belém vêm
respeitosamente relatar o que se segue, com base na Lei nº 8.106/2001- Código
de Posturas de Belém e na Lei
6.938/81 que dispõe sobre Política Nacional do Meio Ambiente, a qual prevê
expressamente em seus princípios a proteção e recuperação das áreas ameaçadas
de degradação. Define o meio ambiente, a degradação e a poluição de modo geral,
fazendo inserir a estética além do bem estar e saúde, na proteção à degradação
(art 3°, III, alínea d). Define poluidor como a pessoa física ou jurídica, de
direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por atividade
causadora de degradação.
A poluição
visual e a desordem urbana que impera em nossa cidade ganhará mais um fator, se
não tomarmos nenhuma medida urgente.
Nos últimos meses, observamos a troca de medidores da concessionária de energia
local, notadamente em substituição aos atuais dispostos em grupo e locados no
posteamento externo, popularmente denominados “olhões”. Estes, que por sua vez
foram substituídos a cerca de uma década, a princípio vistos com desconfiaça
pela população quanto especialmente ao controle da medição de consumo para
efeito de cálculo de cobrança, foram com o passar do tempo assimilados pela
população, e tem, ao menos também o mérito de sairem do campo visual das fachadas
das edificações para se condensarem em um equipamento compacto.
Os impactos visuais das instalações de rede
elétrica na cidade, com postes de concreto e fiações aéreas na sua quase
totalidade (salvo raras exceções de espaços públicos restaurados) são um dos
pontos mais críticos na percepção visual e imagética da cidade. É ainda
perceptível os transtornos que a fiação causa quanto à arborização da cidade,
esta sim uma das maiores necessidades de conforto ambiental para os munícipes.
Em Belém, observam-se inclusive a poda de 'contorno' indiscriminada nas
mangueiras e outras árvores de forma a “liberar” e não atrapalhar as fiações.
A caminho de completar 400 anos de existência em
2016, a cidade se vê diante da instalação indiscriminada desses novos medidores,
inclusive em bens tombados e de interesse à preservação, cuja feição lembra os
antigos medidores do (só que bem
maiores) que se pensava superado. Ainda além destes, as tubulações de
interligação são grosseiras e dispostas de qualquer forma, somando-se ao
impacto visual negativo já proporcionado pela fiação aérea.
Com tanta tecnologia disponível a sociedade
questiona a concessionária se não há no país ou no mundo uma solução mais
compatível com a busca de melhoria visual para com a cidade. Obviamente, a
resposta é positiva. Há sim tecnologia para não apenas instalar equipamentos
mais discretos e confiáveis de medição, mantendo-se de forma compacta e
minimizando impacto visual negativo às edificações que compõem a paisagem
urbana e histórica. Sem dúvida seria um presente desejável para a cidade.
Diante do exposto, requer-se que sejam tomadas as providências
cabíveis no sentido de que sejam suspensas as referidas substituições e que os
órgãos atinentes à questão, IPHAN, SECULT, FUMBEL, SEURB, sejam chamadas a
discutir o problema em conjunto com a concessionária Centrais Elétricas do Pará
S/A – CELPA.
Será que a sociedade organizada, vai fazer valer seus direitos e assegurar um novo olhar das instituições públicas deste Estado e deste Municipio.Estive ha quase um mes atrás em uma pequena cidade do interior de São Paulo, chamada Pirajú e ao contemplá-la percebo que ali os cidadãos se sentem parte da cidade e não alienígenas, que é o sentimento que domina na atualidade quanto aos deveres e direitos de todos com nossa polis, tão linda, nossa Belém do Pará!!Parabens amigos pela iniciativa!
ResponderExcluirCompartilhamos do seu pensamento, o primeiro passo para respeitar e preservar é o sentimento de pertencimento dos cidadãos ao seu meio e à sua comunidade. Contamos com você nessa jornada!
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