domingo, 14 de fevereiro de 2016

Ver o Peso: reforma sim, mas com respeito ao nosso Patrimônio!



ATO EM DEFESA DO VER O PESO
As associações de trabalhadores do Ver o Peso com apoio de diversas entidades e movimentos da sociedade civil: Associação dos Amigos do Patrimônio de Belém, Coletivo Cultural Idéias Aí, o Instituto dos Arquitetos do Brasil/Seção Pará, a Associação dos Amigos dos Arquivos Públicos do Pará, a Associação dos Agentes do Patrimônio da Amazônia, Movimento Belém400+10 e Movimento Orla Livre, realizaram neste sábado um Ato em Defesa do Ver o Peso. 







Além dos trabalhadores do veropa, cidadãos, ativistas culturais, estudantes e parlamentares fizeram um arrastão pelas áreas da feira, conversando com trabalhadores e usuários, para afirmar que o Ver o Peso precisa e quer uma reforma, afinal foram 14 anos de abandono, mas não aceitarão uma reforma feita a partir de um projeto que descaracterize a maior feira livre da América. 
Até a Guarda Municipal deu as caras no Veropa, aguardaram os manifestantes em frente ao Solar da Beira






Vereadora Sandra Batista manifestando-se em defesa do Ver o Peso









A Prefeitura também estava na feira com um grande número de carros-som e servidores do Ama Belém, convocando para um chamado "Referendo", na próxima terça-feira, em que pretende perguntar aos feirantes se quer ou não a reforma do Ver o Peso. O prefeito, após no aniversário de Belém, lançar uma maquete como se fosse um projeto de reforma, continua fazendo do jeito errado e sem nenhuma seriedade. Trata-se de mais uma manobra para pressionar os trabalhadores, a população e o IPHAN a aceitar uma intervenção em área tombada, que ao invés de integrar-se ao patrimônio, concorre e compromete a ambiência e legibilidade do entorno.  


ENTENDA A QUESTÃO

Depois de ter ignorado as demandas dos trabalhadores por três anos e ter perdido recursos federais da ordem de 16 milhões de reais, o prefeito tenta impor um projeto ainda em construção e não aprovado pelos órgãos de preservação, que não apresenta garantias de que será devidamente executado; o projeto apresentado pela Prefeitura custará 34 milhões e não inclui a Feira do Açaí, a Pedra do Peixe, o Solar da Beira e a Praça do Pescador; exclui determinadas atividades; não garante: a permanência de todos os feirantes; que os permissionários continuarão com o mesmo número de barracas, metragens e localização; o devido remanejamento e a permanência de todos após a reforma; respeito, participação e dignidade para os envolvidos.


Maquete do novo Ver o Peso apresentada pela Prefeitura
   
O projeto está emperrado por total e única culpa da ineficiência da Prefeitura, que o apresentou com várias pendências para o IPHAN e ainda não o apresentou aos órgãos de preservação Estadual e Municipal.
É certo que entre os ajustes e complementação do projeto, avaliação dos órgãos de preservação, licitação, mobilização para a obra, planejamento e remanejamento dos feirantes, será exigível, pelo menos, de sete a oito meses,  gerando um transtorno, que pode paralisar totalmente a maior feira da América Latina e também pode inviabilizar o Círio de Nazaré;
A insistência do prefeito é um marketing para ganhar votos. Faça a promessa que fizer, no máximo, pretende instalar o tapume e a placa da obra.
Pior ainda é a ameaça de que se o projeto não for aprovado até o final de fevereiro, os recursos serão remanejados para outros fins, criando conflitos entre os trabalhadores e tentando imputar a culpa de seu insucesso numa suposta resistência dos feirantes, IPHAN, sociedade civil e do Ministério Público.
Os feirantes do Ver-o-Peso, contam com a mobilização da sociedade para a garantia da revitalização de todo o complexo, todavia, mediante um projeto criterioso, que aprimore as condições atuais, mas que, fundamentalmente, resguarde as suas características e o seu valor histórico, obedecidas todas as exigências dos órgãos de preservação, garantindo-se a ampla e democrática consulta pública, através de reuniões e audiências não apenas com os trabalhadores, mas abertas a toda sociedade, como prevê o Estatuto das Cidades, em intervenções de grande impacto ou em áreas tombadas e não ações antidemocráticas e forjadas para validação do projeto, como foi a última reunião do dia 03.02, em que a platéia era majoritariamente formada de DAS da Prefeitura ou esse referendo sem qualquer seriedade ou validade.    
AGENDA 
Dia 16.02 : Sessão Especial na ALEPA para tratar da obra de reforma do Ver o Peso.

Dia 25.02 :  Audiência Pública na Câmara Municipal de Belém

(Texto com a colaboração de Sílvio Leal, diretor da AAPBEL)



8 comentários:

  1. Quanta mentira. Eu estive no ver o Peso e vi a atuação de vocês. Em vez de esclarecer, voces enganam os trabalhadores.muito triste
    Jrj

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  2. Quanta mentira. Eu estive no ver o Peso e vi a atuação de vocês. Em vez de esclarecer, voces enganam os trabalhadores.muito triste
    Jrj

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    1. A sua reação só revela o quanto a verdade incomoda!
      A verdade é que O Ver-O-Peso é patrimônio cultural de todo o povo paraense e brasileiro. Qualquer proposta de intervenção e reforma desse bem deve, obrigatoriamente, garantir a plena informação e participação da sociedade, não ser imposta goela abaixo.

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  3. Também acho que a publicação de voces é tendenciosa muito ligada a partidos políticos. A descaracterização de que vocês falam por um acaso é a lona, as escadinhas? Isso a 30 anos atrás não existia e aí? Entendam que o ver o peso não é a forma e sim o espaço cultural.Quando o edmilson Rodrigues resolveu reformar o ver o peso ele encontrou a mesma reação e nem por isso o espaço deixou de ser valorizado. Eu como cidadão e geógrafo penso que os espaços são dinâmicos e que sofrem influência do homem, da sociedade e da economia. Então meu caro, acho sim que o ver o peão precisa de reforma, precisa dar uma modernizada, precisa de uma reavaliacao para a sua valorização. Isso requer estudo para melhoria. Quem tem mais de 30 anos sabe que aquilo ali já foi um grande lixão e que tinha mais vendedores na rua do que dentro do ver o peso. Sou a favor da diminuição dos números de vendedores sim para manter a ordem e a limpeza. O que não pode acontecer é a volta ao passado por questões moralmente política. Temos que seguir o exemplo de são Luiz, fortaleza e rio de janeiro que reformularam espaços abandonados e os transformaram em espaços culturais muito valorizados. Afinal, moramos na amazônia mas não somos bichos pra não entender que até hoje o ver o peso foi reformado mas nem por isso deixou de ser o espaço importantíssimo para nossa cultura.

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    1. Caro Vilmar, pela sua lógica também poderíamos afirmar que sua posiçao é tendenciosa e partidária por estar defendendo o projeto. Temos pontos de vista bastante diferentes, mas um ponto em comum: não tem ninguém que ache que o ver o peso não necessite de melhorias!
      O problema aqui tem algumas variáveis: 1) O projeto que existe hoje foi fruto de um concurso nacional, em que um foi selecionado entre as muitas idéias que se apresentaram. 2) Não se trata de achar feio ou bonito, mas tecnicamente a proposta apresentada diferente de uma intervenção desejável em bem tombado, compete, concorre, interfere no entorno. 3) Como você ressaltou é preciso estudo, diagnóstico em uma intervenção num patrimônio tão significativo como o veropa, não um projeto de cima pra baixo, feito às pressas para atender o calendário eleitoral. 4) E o ponto mais importante: é necessária uma intervenção desse porte? Se consumirá 34 milhões apenas na feira, a reforma não contempla a Feira do Açaí, a Pedra do peixe, o Solar da Beira e a Praça dos pescadores. E o que isso irá acarretar para quem realmente precisa dela para sobreviver nesse meio tempo de reforma? São questões que não podem ser vencidas só em nome da modernização, estamos cansados de ver tantos retrocessos e prejuízos à nossa história e ao nosso patrimônio em nome dessa pretensa modernização.

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  5. Olá. Sou de Belém, mqs moro em São Paulo. Estou procurando algum contato de alguma Associação de vebdedores ou funcionários ou feirantes do ver o peso para cinvida-los a particupar de um projeto de arte. Vocês podem me ajudar? Algum contato? Algum responsável?
    Muito obrigado Cristiano Collyer

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  6. Olá. Sou de Belém, mqs moro em São Paulo. Estou procurando algum contato de alguma Associação de vebdedores ou funcionários ou feirantes do ver o peso para cinvida-los a particupar de um projeto de arte. Vocês podem me ajudar? Algum contato? Algum responsável?
    Muito obrigado Cristiano Collyer

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