Desde
2016, a sociedade civil vem resistindo às tentativas de transformar a Casa das
Onze Janelas em um polo gastronômico, o que garantiu inclusive a sua permanência
como espaço museal.
No
entanto, a nova gestão estadual ao retomar o projeto de polo gastronômico,
recua na tentativa de retirar o museu de arte contemporânea da Casa mas resolve expandir o espaço do conjunto em prejuízo dos jardins e
áreas abertas e causando grave impacto sobre a ambiência e legibilidade do bem
tombado, numa clara privatização de um dos mais belos espaço de uso comum e
contemplação da população.
A
intervenção em curso feita pela SECULT privilegia exclusivamente a ampliação do
espaço para exploração econômica em
detrimento do respeito à estrutura pretérita que deve ser vista em seu
conjunto, ainda que o anexo seja mais recente, está perfeitamente integrado no
conjunto, não comprometendo a visibilidade do prédio principal.
A
pesada estrutura metálica agride o conjunto, em decorrência da estrutura
desproporcional, da inserção de pilares que poluem a simplicidade da estrutura anexa e por
conseguinte impactam diretamente na percepção do antigo Hospital Real Militar.
A sequência de pilares e conexão com a cimalha também estão à olhos vistos
incidindo negativamente, pois o beiral perde sua leitura visual com a inserção
da nova cobertura metálica.
A
estrutura torna-se desnecessária em um contexto de preservação da paisagem
cultural, primeiro porque existem outras formas de proteção dos usuários
externos, como o uso de ombrelones como tem sido feito ao longo dos anos, mais
digno, adequado, menos poluente visualmente e praticamente de mesma eficácia
contra chuva e insolação , sendo estruturas móveis e soltas, ao contrário de
uma construção permanente e em proporções obviamente impactantes; e em segundo,
sabe-se que pela posição geográfica e pelo volume de chuvas e ventos na região não será essa estrutura que
resolverá a questão.
Assim
sendo, considerando ainda que proporção e harmonia são critérios essenciais em
áreas e prédios históricos, exigindo-se que sejam discretas e reduzidas ao
mínimo, respeitando a ênfase às edificações históricas, a AAPBEL protocolou ofício junto à FUMBEL e IPHAN, bem como apresentou representação junto ao Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual, solicitando o embargo imediato da
obra e sua submissão à nova análise mais criteriosa, buscando uma solução mais
adequada que garanta sobretudo a preservação do nosso patrimônio e o direito ao
usufruto da paisagem por parte dos
cidadãos de Belém.
E o Mercado de São Brás?
ResponderExcluirOi Jorge! Tão absurdo quanto, mas um erro não justifica outro né?
ResponderExcluirMas quanto ao Mercado a nossa sorte é que a Prefeitura busca investidores para restaurar e depois privatizar e dificilmente encontrará um empreendedor disposto à investir para depois explorar, diferente da SECULT que está agindo como o Paulo Chaves que está usando recurso publico para dotar de infraestrura e entregar para privatização.